quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Facebook foi usado para leiloar garota de 17 anos no Sudão do Sul

De acordo com informações da Reuters, uma garota de 17 anos foi leiloada através de uma postagem no Facebook feita por um usuário no Sudão do Sul. O criador da postagem, possivelmente um dos pais, buscava o maior dote possível para entregar a menina em casamento.
Não foi divulgado o exato valor pelo qual ela foi “vendida”. A agência de notícias, contudo, informa que um rico empresário da região teria feito a aquisição por meio de um grande dote.
Demora

A publicação foi colocada no ar em 25 de outubro, mas só foi removida pelo Facebook no dia 9 de novembro, vários dias após a garota ter sido entregue para seu futuro marido. Apesar da demora em na remoção, essa postagem não passou despercebida por ninguém no país africano.
Todo mundo que usa o Facebook no Sudão do Sul estava sabendo muito bem dessa situação
Segundo a Plan International, uma organização dedicada à proteção dos direitos de jovens menores, a publicação viralizou no Sudão do Sul. “Todo mundo que usa o Facebook no Sudão do Sul estava sabendo muito bem dessa situação muito antes de isso vazar para o resto do mundo”, disse um porta-voz da organização.

O Facebook não explicou porque demorou duas semanas para que a postagem fosse removida do ar. Contudo, disse que vem investindo em segurança para evitar a disseminação de tráfico humano na rede social, entre outras práticas ilegais.
“Estamos sempre melhorando nossos métodos para identificar conteúdo que vai contra nossas políticas de uso, incluindo dobrar nosso time de segurança para chegar a mais de 30 mil pessoas e investir em tecnologia”, disse a empresa.
Casar menores de 18 anos já é proibido no Sudão do Sul, mas mesmo com penas definidas para o crime e campanhas de conscientização, a prática ainda ocorre.

sábado, 17 de novembro de 2018

Submarino argentino desaparecido há um ano é encontrado

Embarcação está em uma região de cânions no Oceano Atlântico, 800 metros de profundidade. Ainda não se sabe como será feito o resgate. 44 estavam a bordo.

 Na Base Naval Argentina, familiares de tripulantes do submarino ARA San Juan recebem a notícia de que embarcação foi encontrada — Foto: REUTERS/Marina Devo
 O submarino argentino ARA San Juan, desaparecido há um ano nas águas do Oceano Atlântico, com 44 tripulantes a bordo, foi localizado, informaram neste sábado (17) o Ministério da Defesa e a Marinha da Argentina.
A embarcação está em uma região de cânions (espécie de rios submarinos), a 800 metros de profundidade, e a 600 km da cidade de Comodoro Rivadavia, na Patagônia, onde se tinha montado o centro de operações durante a busca.
O local é o mesmo onde há um ano foi identificada uma "anomalia hidroacústica" semelhante a uma explosão. Segundo o jornal "Clarín", as primeiras informações oficiais são de que o submarino está "achatado na proa e bastante intacto".
O submarino estava a cerca de 430 quilômetros da costa patagônica da Argentina quando enviou seu último sinal, no dia 15 de novembro de 2017.
  • Veja quem são os 44 tripulantes do submarino
  • O que se sabe sobre o caso


Submarino argentino é localizado  — Foto: Juliane Souza/G1
Submarino argentino é localizado — Foto: Juliane Souza/G1
A empresa norte-americana Ocean Infinity, contratada pelo governo argentino, encontrou o submarino por meio de observação feita com um veículo submarino operado remotamente com câmeras subaquáticas. A equipe ainda rastreia e investiga a área com um veículo operado por controle remoto. A companhia deverá receber US$ 7,5 milhões pelo trabalho.
"O Ministério da Defesa e a Armada da Argentina informam que no dia de hoje, tendo sido investigado o ponto de interesse número 24 informado pela Ocean Infinity, mediante observação realizada com um ROV [veículo de observação remota] a 800 metros de profunidade, houve identificação positiva do Ara Jan Juan", anunciou a Marina Argentina no Twitter na madrugada deste sábado (17).
Ainda não há informações sobre como será feito o resgate da embarcação.


'Ver a realidade crua é difícil', diz parente

Familiares dos 44 tripulantes do submarino afirmaram nà agência Efe estar "muito chocados" com a aparição da embarcação. "É muito impactante. Graças a Deus eles estão em paz", contou Marta Vallejos, irmã de Celso, um dos tripulantes.
Segundo relatou, a notícia foi transmitida pela própria Marinha tanto a ela como a outros parentes que estão reunidos em um hotel da cidade de Mar del Plata, onde o submarino tinha sua base e onde na quinta-feira foram realizadas homenagens pelo primeiro aniversário do desaparecimento.
"Um dia 15 tirou eles de nós e um dia 15 os trouxe de volta!! Tantos sentimentos temos nestes momentos, pedimos respeito para eles. #44herorespresentes#arasanjuan", escreveram os familiares no Twitter.
Em declarações ao canal "TN", Jorge Villarreal, pai de Fernando, outro tripulante, destacou que já na manhã da sexta-feira tinham informado que "havia indícios que coincidia com 70% e 80% com as caraterísticas do submarino". "Mas às vezes se dizia o mesmo e eram formações rochosas (...) Nos chama a atenção que justo nesse ponto tinham passado e não o encontraram", afrimou.
"Vêm um monte de incógnitas agora, saber o que se passou. E sobretudo, a localização implica a ver a realidade de maneira muito crua, é muito difícil", diz Noelia, esposa de Hugo Aramayo, um dos tripulantes, ao "Clarín".


Imagem divulgada pela Marinha da Argentina do que pode ser o submarino Ara San Juan — Foto: Marinha da Argentina/Divulgação
Imagem divulgada pela Marinha da Argentina do que pode ser o submarino Ara San Juan — Foto: Marinha da Argentina/Divulgação

Desaparecimento há 1 ano

O ARA San Juan desapareceu em 15 de novembro de 2017, quando voltava do porto de Ushuaia, onde realizou exercícios militares, para a base naval de Mar del Plata.
Horas antes, o comandante havia alertado de uma falha provocada pela entrada de água por um duto de ventilação que vazou no compartimento das baterias elétricas e produziu um princípio de incêndio.
Embora a Marinha argentina tenha garantido em várias ocasiões que essa falha foi "corrigida" e que o San Juan continuou navegando para Mar del Plata, o certo é que seu rastro foi perdido e nunca chegou ao porto dessa cidade, onde deveria ter atracado em 19 de novembro.
O submarino diesel-elétrico de fabricação alemã, adquirido em 1985, era um dos três da Marinha argentina. Em 2014, ele havia sido reabilitado, e o sistema de baterias havia sido trocado

As buscas

As buscas pelo Ara San Juan começaram 48 horas depois de seu desaparecimento, mas sem sucesso. Desde o fim do ano passado e ao longo de 2018, 13 países, incluindo o Brasil, reuniram esforços para participar das operações, com navios, aviões e submarinos.
Nos primeiros meses de busca, os trabalhos haviam se limitado a 430 km do litoral, em torno de uma área onde havia sido detectada uma explosão horas depois da última comunicação do submarino.
A pressão das famílias dos tripulantes, que juntaram recursos e acamparam 52 dias na Praça de Maio, em frente à sede da Presidência, em Buenos Aires, levou à contratação da empresa Ocean Infinity conhecida por participar da infrutífera busca pelo avião da Malaysia Airlines, desaparecido em 2014.
A empresa se comprometeu a fazer a busca por até 60 dias, e só ser remunerada caso encontrasse a embarcação. Após dois meses, a companhia chegou a anunciar que abandonaria a expedição nesta semana, ao menos, temporariamente. Porém, a descoberta de "um ponto de interesse" na quinta-feira (15) fez com que a empresa permanecesse na empreitada.
A localização do ponto, que acabou sendo confirmado como o paradeiro do submarino, foi divulgada na sexta-feira pela Marina da Argentina.A empresa informou um novo ponto de interesse no sítio 1 área 15A-4, a 800 metros de profunidade. O ponto de interesse tem uma dimensão de 60 metros de longitude. Hora de chegad apara a iniciar a investigação: 19h, aproximadamente", disse a corporação, no Twitter.
Segundo a Ocean Infinty, cinco veículos submarinos autônomos foram usados na operação. Eles são operados por uma equipe de cerca de 60 pessoas a bordo do navio Seabed Constructor. Além deles, três oficiais da marinha argentina e quatro familiares da tripulação do Ara San Juan fazem a observação dos trabalhos.


Na Base Naval Argentina, familiares de tripulantes do submarino ARA San Juan recebem a notícia de que embarcação foi encontrada — Foto: REUTERS/Marina Devo
Na Base Naval Argentina, familiares de tripulantes do submarino ARA San Juan recebem a notícia de que embarcação foi encontrada — Foto: REUTERS/Marina Devo


Na Base Naval Argentina, familiares de tripulantes do submarino ARA San Juan recebem a notícia de que embarcação foi encontrada — Foto: REUTERS/Marina Devo
Na Base Naval Argentina, familiares de tripulantes do submarino ARA San Juan recebem a notícia de que embarcação foi encontrada — Foto: REUTERS/Marina Devo


Na Base Naval Argentina, familiares de tripulantes do submarino ARA San Juan recebem a notícia de que embarcação foi encontrada — Foto: REUTERS/Marina Devo
Na Base Naval Argentina, familiares de tripulantes do submarino ARA San Juan recebem a notícia de que embarcação foi encontrada — Foto: REUTERS/Marina Devo